Fiona Ortiz, REUTERS
BUENOS AIRES - Dezenas de milhares de argentinos se aglomeraram nas ruas de Buenos Aires, nesta quinta-feira, para acompanhar a procissão do funeral do ex-presidente Raúl Alfonsín, em uma demonstração pública de gratidão ao líder que enfrentou os ditadores militares da década de 1970.
Alfonsín, que liderou o país de 1983 a 1989, período após a sangrenta ditadura implementada pelos militares, morreu na terça-feira, aos 82 anos, vítima de câncer no pulmão. Ele foi considerado o pai do atual período democrático da Argentina.
Mais de 40.000 pessoas esperaram por horas na quarta-feira para dar o último adeus a Alfonsín, durante velório público no Congresso.
Outras milhares de pessoas compareceram a seu funeral, nesta quinta-feira, antes de seu caixão ser levado em carro aberto ao histórico cemitério da Recoleta, onde importantes argentinos foram enterrados, incluindo a ex-primeira-dama Eva Peron.
Muitos dos que acompanharam o cortejo disseram se lembrar de Alfonsín como um político limpo, que pôs seu país em primeiro lugar, mesmo que suas políticas econômicas tenham sido um fracasso e que ela tenha sido obrigado a deixar o cargo antes do programado frente a hiperinflação e os altos níveis de pobreza.
- Esperei quatro horas (para a procissão). Este homem é um exemplo para todos nós, e requer nosso compromisso - disse uma mulher ao canal de televisão Telefe.
Como presidente, Alfonsín liderou a transição para a democracia após a ditadura de 1976-1983, quando líderes militares mataram milhares de dissidentes e colocaram a Argentina numa desastrada guerra com a Grã Bretanha pelas Ilhas Malvinas.
No hay comentarios:
Publicar un comentario